sexta-feira, 18 de março de 2011

Considerações sobre a derrota do Rio na questão do Pré-Sal

      Nesta última quinta-feira foi discutida na Câmara, em Brasília, a chamada “Emenda Ibsen” feita por um deputado do PSDB do Rio Grande do Sul que regulamentava a divisão igualitária dos royalties do petróleo achado na camada pré-sal que fica na região do Norte Fluminense, mais precisamente na região de Campos e Macaé.
     Tal emenda foi aprovada com 369 votos a favor e apenas 72 votos contrários, ou seja, um massacre, uma derrota sofrida pelo estado do Rio de Janeiro, pois com a extrema redução desses royalties ficaríamos com o grave risco da nossa economia quebrar de vez, inclusive o próprio Sérgio Cabral (Governador do RJ) fala em falência dos serviços essenciais como saúde e educação (Como se os mesmos já não estivessem falidos).
     O debate que coloco aqui ainda é mais grave do que essa pesada derrota, na verdade é o que ela representa. Quem me conhece já há algum tempo sabe que eu vinha falando que cada vez mais o Rio de Janeiro estava perdendo representação política, primeiro para São Paulo e depois para Minas Gerais e o Rio Grande do Sul. Só que a pesada derrota da ultima quinta evidenciou algo mais grave, pois não perdemos apenas para os lugares citados acima e sim para Estados sem a menor representação política como Tocantins, Mato Grosso do Sul e outros que foram beneficiados com essa emenda.
Entendam que de maneira alguma quero menosprezar tais Estados, muito menos deixar de reconhecer a representatividade que estes tem no desenvolvimento do país, mas convenhamos que historicamente eles estiveram muito abaixo do Rio de Janeiro em termos de força política e, talvez, possam não estar mais ou essa distância reduziu demais.
    As causas para essa decadência do nosso Estado são evidenciadas pela falência administrativa que o cidadão fluminense já vem sentindo durante décadas. Falando precisamente da cidade do Rio de Janeiro é nítido que perdeu completamente o seu rumo depois que a capital federal se transferiu para Brasília. Há anos o que venho escutado é o desenvolvimento no turismo e como costumo dizer estamos virando um “Havaí” ou qualquer outra cidade ou país que vive apenas do turismo. Cadê nossas indústrias??? Eu respondo, elas foram embora ou para São Paulo ou para a Região Nordeste, pois o Rio não oferecia as condições necessárias para elas continuarem, quem sabe as Olimpíadas consigam trazer isso tudo de volta.
Outro fator que deflagra essa decadência fluminense é percebido pelos sucessivos governadores que tivemos nos últimos anos, nomes como Saturnino Braga, Marcelo Allencar (Conhecido mais pela sua dependência com o álcool do que por algum sucesso político-administrativo), Moreira Franco e o casal Garotinho. Acho que ao citar esses nomes não preciso dizer mais nada, ou preciso??
Para encerrar tenho a dizer que torço muito pela recuperação econômica e política do Estado do Rio de Janeiro, quanto a nossa derrota na questão do pré-sal proponho um boicote de todo o Estado, romper com a União até que esse absurdo seja desfeito, pois o pré-sal é nosso e ninguém pode nos tirar isso!!!!! Não podemos ficar calados diante de tanta injustiça ou olhar esse assalto de maneira passiva achando que não temos nada com isso, lamento informar-lhes que temos sim e muito, pois um baque econômico dessa grandeza afeta por muito o Estado e poderemos ter demissões com um inevitável aumento dos impostos para tapar esse buraco, fora o sucateamento ainda maior dos chamados serviços essenciais. É o momento de largarmos o verde e amarelo e assumirmos o azul e branco (cores da bandeira do nosso Estado) e se possível romper com o restante do Estados para garantir a nossa soberania e retomar nosso orgulho arranhado na última quinta-feira.

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